O comércio internacional português voltou a abrandar em maio pelo segundo mês seguido, sofrendo com um efeito base causado pela comparação com valores já bastante elevados, sobretudo no lado dos combustíveis, em igual período do ano passado.
As exportações nacionais caíram 6,9% em relação a maio de 2022, dando sequência ao recuo homólogo de 3,3% no mês anterior, enquanto do lado das importações o indicador recuou 4,1%, depois de cair 6,0% em abril.
Os combustíveis tiveram um papel relevante nesta performance, explica o INE, dado o disparo nas cotações internacionais no ano passado, uma situação entretanto corrigida.
“São de salientar os decréscimos nas exportações de fornecimento industriais (-25,1%), com especial incidência nos produtos farmacêuticos e nas importações de combustíveis e lubrificantes (-41,3%), neste último caso refletindo a descida do preço destes produtos nos mercados internacionais, mas também um efeito de base, dado que em maio de 2022 tinha ocorrido a introdução no mercado de gás natural previamente sujeito ao regime de entreposto aduaneiro, com vista ao encerramento do entreposto de Sines, que fez aumentar de forma significativa as importações deste produto”, lê-se na nota.
Ainda assim, e apesar do peso dos produtos energéticos, excluindo combustíveis e lubrificantes, verificou-se uma diminuição de 4,4% nas exportações e um aumento de 3,8% nas importações. No mês anterior, estes subíndices registaram variações positivas, mesmo contando com o recuo nominal.
Dada esta evolução, o défice da balança comercial aumentou 109 milhões de euros face ao ano anterior, chegando a 2.526 milhões de euros.
As exportações têm sido dos principais motores do crescimento nacional nos últimos anos, sendo expectável que mantenham o seu contributo positivo este ano, apesar de uma esperada desaceleração fruto da quebra da atividade e do menor rendimento disponível global. Os últimos dois meses têm revelado evoluções menos favoráveis à economia portuguesa, mas o trimestre terminado em maio manteve um crescimento de 2,5% nas exportações, ao passo que as importações diminuíram 0,3%.
Fonte: Jornal Económico