Portugal atravessa “uma fase especial” na aposta em mais energia renovável

[11/10/2023]

As metas para a transição energética estão definidas, existe financiamento disponível e há conhecimento técnico adequado em Portugal. É preciso desenhar estratégias e implementar medidas que permitam acelerar este processo em que empresas, consumidores e Estado são convocados a participar. “Sentimos imenso interesse [nas questões da transição energética]. Pessoalmente, tenho a sensação de que isto está a acontecer em Portugal a um ritmo que nunca tinha acontecido”, reconhece Sofia Simões, investigadora no LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia.

O organismo público tem como missão “colocar disponível informação técnica, científica e robusta que apoie a decisão”, quer do Estado quer dos privados, sobre investimentos neste sector. O mapeamento de áreas no país para a instalação de parques eólicos ou centrais solares é um exemplo desse trabalho desenvolvido pelo LNEG, que no último relatório indicou que apenas 3% do território cumpre os requisitos para este tipo de produção – é uma diferença significativa face aos 12% anteriormente identificados.

49% é a meta definida para a percentagem de energia com origem em fontes renováveis no consumo final bruto, a atingir até 2030 em Portugal

Existem, contudo, desafios a endereçar para que a transição se cumpra. Um deles passa, aponta a investigadora, pelo reforço das equipas em laboratórios como o LNEG. “Temos um interesse para fazer esta transição a uma rapidez que não é compatível com a estrutura do Estado e dos laboratórios, que é a mesma de há 10 ou 20 anos e até com menos pessoas”, diz. Em simultâneo, é também importante que a banca – responsável pela aprovação de financiamento a projetos desta natureza – aposte na requalificação dos seus quadros para conseguir corresponder à procura crescente de iniciativas nesta área.

“Temos de ter uma resposta [na transição energética] quase como tivemos na pandemia. Temos de ativar meios excecionais e não podemos fazê-lo assumindo que as estruturas e as pessoas que temos conseguem dar a resposta acelerada que precisamos”, considera Sofia Simões

Para o presidente da Associação Portuguesa de Energia (APE), João Torres, “Portugal tem de apostar nos seus recursos endógenos” não só para conseguir atingir as metas a que se propôs, como também para “reduzir a sua dependência externa”. “E aí surge o hidrogénio como sendo uma peça fundamental deste processo”, considera o responsável.

O tema do hidrogénio verde será, certamente, um dos temas em análise no evento organizado na próxima quinta-feira, 12, pela APE e ao qual o Expresso se associou como media partner. A conferência contará com a presença de Angela Wilkinson, CEO do World Energy Council, que numa intervenção de 30 minutos irá partilhar a perspetiva do organismo internacional sobre os desafios da transição energética.

Fonte: Portugal Global

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